quarta-feira, 24 de junho de 2015

por uma tarde bela

perdeu-se.
achou, na busca de outra coisa que não era amor,
o sentimento que guardava preso
e nem percebia tê-lo
como tão custoso tesouro.
pecou?
e quem é pecador pode julgá-la?
cega, talvez não tenha sentido
quão difícil é existir calada.
sonhou?
penso que não: jogou-se.
assim como bovary
não quis canção lenta.
e, nem tão bela assim,
andou pelas tardes de outono em paris
do outro lado de lá
quando poderia ser no chile
em parati,
na bahia ou em boa viagem
ou até mesmo em bogotá.
lançou-se aos mares enquanto era tempo
e nos braços estranhos se encontrou.
agora
pétalas molham os vidros de sua janela.
e a chuva lhe dá ciência do que é viver.

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