quarta-feira, 24 de junho de 2015

a cor das horas

leve-me por aí.
deixe-me brando
solto
perdido
morto
leve.
mas me leve.
seja da maneira que puder:
sem forma
sem flor
sem receita
sem abraços
sem palavra
sem notícia
sem bússola
sem nada para ser lembrado
ou esquecido.
onde há dias que eu me perco
espero que não chegue a noite
e mais ainda que não chegue outro dia
porque é doloroso
ver chegar a tarde
e sair à tarde
e ser tão tarde
para contar as horas
que as cores
e as coisas
não me deixam ter.
nem ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário