quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

aquarela de sons

entre tantos de mim
sou eu o mesmo
sem ti
nem mi
ainda quando não estou

abraço todos os sóis.

frios
nossos braços
procuram por arco-íris

nos lentos passos que circulam esse andar
nosso andor

nessa procissão.

pálido

perdido
sem voz
nem vez

na minha solidão
escuto o meu tempo que se vai
dizendo adeus
sem acenar a mão

se é noite ou dia
o espelho já não tem certeza:

diz apenas o que sente
francamente
sem reluzir o que espera chegar

sai de cena até eu não mais enxergar
os olhos que me veem
diante da lâmpada pálida, desflorescente.

tanto tudo

tanto tempo em tão pouco tempo
tanto espaço em tão pouco vento
tanto engano para quem fica
tanto tudo para quem respira
com o tanto de tudo

tanto livro perdido na estante
tanto discurso esquecido na mente
tanto jeito tem o peito de quem mente
tanto medo tem quem menos se sente
com a falta de tudo