segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

tem gosto de sal o tempo de hoje: sábado

saudade de você que se perdeu por aí
da cor que só você sabia existir em mim
do tempo em que eu achava ser seu
dos intervalos entre o meu silêncio e o seu canto.
dos dias que tinham mais horas que estrelas no céu
saudade de ouvir aquele poema que dançava na ponta da língua
saudade da sua língua dançando
e fazendo poesia com o pelo eriçado
saudade da música calma
do perfume que o tempo só tinha quando estava ao seu lado.
saudade do filme antigo e daquele sentido
que a gente imprimia ao que dava vida ao nosso cenário.
saudade dos planos e de andar a esmo
entre paraíba, a sua fortaleza e nossas pistas além
saudade não sei de quê nem de quem.
saudade do amanhã que talvez nem chegue mais
do sábado que amanheceu e já morreu, sem paz
de caminhar entre a minha casa e a sua
de morar dentro da nossa lua
dos voos sobre o nosso jardim.
saudade nua e crua.
saudade de você que se perdeu só, por aí
saudade de mim, que começo a esquecer quem sou.
saudade de nós
no tempo em que éramos dois.

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