sábado, 22 de abril de 2017

do que eu quero (ou lembrança esquecida)

só sei que quero.

de que lado vem?
não sei.
que tom tem?
desconheço.
que som representa?
ficou por aí.
por onde irá me levar?
não importa.
e quero
porque sei que quero
e não espero
porque sei que nem tenho tanto tempo
nem tempo há
para que seja feito
o que não depende de mim.
mas é dia que cai
em horas sem segundos
porque muda o mundo
a cada respiro
e meu grito se perde mudo
no desejo de ser quase nada.
e mesmo no silêncio escuto
porque a voz morta não se cala
ainda que tudo seja escuro.
doce tempo andou por entre os dedos.
o desejo, agora, pingos de alguma coisa,
vive do que dá
porque mais do que isso não pode ser.

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